CLARO: Negociações seguem sem avanços e proposta é considerada vergonhosa
Na 3ª rodada de negociações entre a Claro e a Comissão de Negociação da Federação Livre, realizada no dia 16 de outubro de 2025, participaram pela Federação Livre: Sandra Zwirtes (Sinttel-RO), Gilberto Oliveira (Sinttel-PE), Dimas (Federação Livre), Virginia Berriel (Sinttel-RJ), Magno Silva (Sinttel-ES), Paulo Gama (Sinttel-MA) e Manoel Silva (Sinttel-AM).
Representando a Claro, estiveram presentes Fabiano Guimarães (Gerente RT Claro), Antônio Ramos (Branquinho – Claro) e Natanael Brito (Claro).
Não houve avanços significativos nas propostas apresentadas pela empresa. Apesar de pequenos ajustes nos índices, o conteúdo das ofertas continua distante das reivindicações da categoria.
Propostas apresentadas
A empresa elevou o reajuste salarial de 1,9% para 2,5%, mas propôs sua aplicação apenas em março de 2026, além de aumentar o abono de R$ 500,00 para R$ 800,00.
Também apresentou reajustes nos benefícios, como auxílio-alimentação, creche/babá, PCD e quebra de caixa, fixando o índice de 2,8% a partir de fevereiro de 2026.
O PPR (Programa de Participação nos Resultados) permaneceria nas mesmas condições do último acordo, sem qualquer melhoria para os trabalhadores.
Mesmo com os reajustes propostos, os índices permanecem abaixo da inflação, o que representa perda real no poder de compra dos trabalhadores e um distanciamento ainda maior da valorização salarial frente ao salário mínimo.
Cláusulas polêmicas propostas pela empresa
Além dos índices insuficientes, a Claro incluiu novas cláusulas no Acordo Coletivo que foram consideradas prejudiciais pelos representantes dos trabalhadores:
- Afastamento de dois dias por ano para mulheres vítimas de agressão, mediante boletim de ocorrência — medida considerada insuficiente diante da gravidade do tema.
- Ampliação do conceito de cargo de confiança, permitindo que trabalhadores percam o controle de jornada — o que, na prática, beneficia mais a empresa do que os empregados.
Reação da Comissão de Negociação
A Federação Livre repudiou o conteúdo da proposta, classificando-a como “vergonhosa” e reafirmando que não aceitará acordos que desrespeitem a pauta da categoria.
Para a entidade, a postura da Claro demonstra falta de compromisso com a qualidade de vida e as condições de trabalho dos seus empregados.
“A empresa segue ignorando a pauta de reivindicações, oferecendo reajuste abaixo da inflação e tentando impor cláusulas que retiram direitos”, afirmou Sandra Zwirtes, diretora do Sinttel-RO.
Próximos passos
Uma nova rodada de negociações está agendada para o dia 30 de outubro, quando a expectativa é que a Claro reapresente uma proposta condizente com as necessidades e o respeito aos trabalhadores.