OPERADORAS: Comissão de Negociação da Federação Livre define estratégias para ACT 2025
Na manhã desta terça-feira (12), a comissão de negociação dos sindicatos filiados à Federação Livre se reuniu para definir os rumos das negociações deste ano. Representando trabalhadores dos estados do Amazonas, Espírito Santo, Pernambuco, Rio de Janeiro e Rondônia, os dirigentes sindicais debateram a renovação dos Acordos Coletivos de Trabalho com as principais operadoras de telecomunicações do país, como TIM, Claro, Vivo, Oi, Vital e outras.
Durante a reunião, foram apresentados pontos considerados prioritários para a pauta de 2025. No caso da TIM, destacaram-se a necessidade de corrigir perdas inflacionárias por faixa salarial, a busca por uma meta de Participação nos Resultados (PPR) equivalente a 3,0 salários, a preocupação com os impactos da inteligência artificial nas telecomunicações e a defesa da saúde dos trabalhadores, combatendo metas abusivas e o superdimensionamento da carga de trabalho que leva a casos de burnout.

Na Claro, foram enfatizadas reivindicações como a ampliação do prazo de atestado para acompanhamento de filhos menores, combate a metas inalcançáveis, revisão do modelo de coparticipação no plano de saúde, inclusão de benefícios iguais para todo o grupo econômico, fornecimento de aparelhos e planos corporativos para quem utiliza celular pessoal no trabalho, e melhorias no auxílio a pessoas com deficiência (PCD). Também houve alerta sobre empresas do grupo que não aplicam o acordo coletivo a todos os empregados e sobre a necessidade de proteger trabalhadores terceirizados, evitando a precarização do serviço e garantindo condições dignas de trabalho.
Na Vivo, a principal preocupação é a desigualdade nos benefícios entre administrativos, trabalhadores de loja, de campo e de call centers. Os dirigentes reivindicam unificação de benefícios, manutenção e ampliação do home office, reajuste no valor pago por quilômetro rodado e revisão das diferenças regionais em auxílios como creche e cesta básica.
Em relação à Oi, o cenário é de dificuldades, e a meta da comissão é preservar o atual acordo coletivo e buscar, no mínimo, a reposição inflacionária, evitando retrocessos. Já para Vital e outras empresas do grupo, a expectativa é positiva, com possibilidade de avanço rápido nas negociações, incluindo reajustes compatíveis com o INPC e adiantamento de um salário de PPR ainda este ano.
Outro tema que atravessou todas as discussões foi a polêmica sobre o pagamento de abonos em troca de reajuste na data-base. Representantes reforçaram que cabe ao movimento sindical explicar à categoria as vantagens e desvantagens dessa escolha, garantindo que a decisão final seja tomada de forma consciente.
A comissão reafirmou a importância da unidade entre os sindicatos e da mobilização das bases para enfrentar o cenário político e econômico atual, defendendo melhores condições de trabalho, combatendo a precarização dos terceirizados que são os prestadores de serviços das grandes teles e acompanhando de perto o avanço da inteligência artificial no setor para que ela não signifique perda de direitos ou de empregos.